sexta-feira, 3 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Apaixonados IX

- Estar apaixonado é como viver um sonho!- disse o Luisinho.
- Andamos as nuvens!
- Com flores...
- Temos asas!???
A Salomé concluíu que somos uns anjos quando nos apaixonamos.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Apaixonados VIII

A Emília deu uma risadinha porque os apaixonados trocam beijinhos!
- E dão as mãos!
- Apaixonar-se é para fazer bebés!
- Eh! Eh! Eh!
- Por acaso não temos de estar nús quando estamos apaixonados?- perguntou a Salomé.

"Mankind Is No Island" by Jason van Genderen

De ficar sem palavras.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Apaixonados VII

A grande Célia sabe que apaixonar-se é para casar, sem sombra de dúvidas.
-É para os senhores.
- E para as senhoras!
- Para os papás e mamãs!
- Não é para os pequeninos.
- Logo, é preciso ser grande para estar apaxionado!- acrescentou a Salomé.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Apaixonados VI

- Temos de ser dois para apaixonarmo-nos!- afirmou a Celeste.
- Não basta ser só um?
- E três?
- E quatro?
- Eh! Eh! Tantos apaixonados!
- Afinal quantos têm de ser?- Reflectiu a Salomé.

domingo, 17 de maio de 2009

Apaixonados V

Mas o Aristides disse que estar apaixonado está no coração.
- Queres dizer que sentimos uma dor no coração?
- Que dá febre?
- E que nos tira as forças?
- Ficamos doentes?
- C0mo é cansativo estar apaixonado!- suspirou a Salomé.

terça-feira, 31 de março de 2009

Apaixonados IV

A pequena Ana já tinha ouvido falar de paixão, uma espécie de raio que nos atinge.
- Um raio de fogo!
- E queima?
- É como um relâmpago!
- É uma trovoada!
- Mas afinal chove?
Então a Salomé pensou que era melhor ter um guarda-chuva para estar apaixonado!

domingo, 29 de março de 2009

Quando me disseste...

"Neste momento, és a luz dos meus olhos."

E eu sei que te saíu do coração, porque o teu coração é puro, não consegue mentir.
Tens um coração lindo que sofreu, que conseguiu esperar por mim todo este tempo, que não desistiu, talvez porque soubesse que, demorasse o tempo que demorasse, eu iria chegar à conclusão que estou apaixonada por ti.

Só foi preciso ser tão teimosa para não te aceitar logo, para sofrer mais um bocadinho, mesmo sabendo que me ías fazer feliz, para um dia olhar para ti, te abraçar e desejar que esse abraço não acabe nunca, para saber que há um coração com amor sincero.

Só foi preciso negar-te, fugir de ti, aprender o que ainda havia para aprender, para voltar a ti.
Obrigada por nunca teres desistido de mim, mesmo quando te magoei.

Obrigada por me dizeres que sou a luz dos teus olhos com a maior das sinceridades que tens no coração e continuares a aceitar os meus limites.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Apaixonados III

A Justina acha que estamos apaixonados quando nos sentimos tristes ou muito tímidos e sobretudo quando coramos muito.
- Quando ficamos hipnotizados!- exclamou.
A Salomé concluíu que enlouquecemos um pouco quando estamos apaixonados!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Apaixonados II

- Os apaixonados só existem nos contos!- afirmou o Guilherme.
- Pois é!
- Com príncipes e princesas.
- Com roupas lindas?
- E com espadas?
- Com reis e rainhas?
- E dragões!
- Então os apaixonados não existem?- perguntou a Salomé.

Apaixonados I

Apaixonados, de Rébeca Dautremer é um livro para crianças que li há pouco tempo.

Adorei pela simplicidade, pelo que para as crianças é estar apaixonado... porque é mesmo assim que elas pensam...

Adorei as ilustrações. Um livro amoroso.

Gostava que fosse assim tão simples!
Ficam aqui quase todos os bocadinhos do livro.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XIX

...Deus, às vezes podia ser muito duro, mas nunca além da capacidade de cada um.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XVIII

- É sempre preciso saber quando acaba uma etapa da vida. Se tu insistires em permanecer nela além do tempo necessário, perdes a alegria e o sentido do resto.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Os Corações Humanos

Quero aqui fazer um elogio aos corações humanos.
Os corações humanos são feitos de carne, são um músculo como o de todos os animais... mas são mais resistentes.
Os corações humanos batem mais rápido quando sentem o amor, apertam-se quando estão agoniados, partem-se quando são magoados... e regeneram-se, e voltam a bater mais rápido, e voltam a apertar-se, e voltam a partir-se....
Assim são os corações humanos, sempre a partir-se, sempre a colar-se, sempre a acreditar que amanhã é melhor, que já se colaram os bocadinhos desfeitos, que nunca mais se vão partir... e partem-se outra vez.
São assim mesmo. Corações cheios de fé, sem maldade, portadores da maior das riquezas, portadores do amor que os cega, que os faz bater mais forte, que os oprime, que os parte, que os faz renascer, crentes que o seu amor é para sempre...
Estes corações, como o meu, que resistem e que às vezes até desejam não bater nunca mais, que não querem nunca ser magoados, ou que querem bater muito rápido para sempre, são os corações que ainda acreditam que, por milagre, tudo o que ouviram seja diferente, tudo o que viram se apague, que toda a dor que sentem nunca tenha existido. São estes os corações dispostos a recomeçar, a perdoar e a esquecer que um dia alguém os partiu.
Por isso os elogio, a todos e especialmente ao meu. Quem tem um coração assim nunca, mas nunca, deveria permitir que o partissem.

Para todos os corações partidos fica esta música que acho linda e enquadra-se que nem um novo amor num coração partido.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XVII

O vento do deserto, há muito tempo que apagou os nossos passos na areia. Mas, a cada segundo da minha existência, eu relembro o que aconteceu, e tu continuas a caminhar nos meus sonhos e na minha realidade. Obrigado por teres cruzado o meu caminho.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XVI

Só os homens e as mulheres com a chama sagrada no coração tinham a coragem de enfrentá-Lo. E só estes conheciam o caminho de volta ao Seu amor, pois entendiam finalmente que a tragédia não era uma punição, mas um desafio.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XV

Os valentes são sempre teimosos.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XIV

(...) fogo dos céus (...) não aquele que mata, mas o que destrói as antigas muralhas, e dá a cada ser humano as suas verdadeiras possibilidades. Os cobardes nunca deixam que o seu coração seja incendiado por esse fogo- tudo o que desejam é que a situação nova volte rapidamente a ser o que era antes, para que possam continuar a viver e a pensar da maneira a que estavam acostumados. Os valentes, porém, ateiam fogo ao que era velho, e- mesmo à custa de um grande sofrimento interior- abandonam tudo, inclusive a Deus, e seguem adiante.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Esquecer-me de ti? Como?

O Mundo é tão pequeno, tão ínfima e milimetricamente pequeno, tão estupidamente cheio de coincidências, que por mais que tente apagar da mina lembrança a tua (que deveria ser) insignificância, há-de haver sempre um pequeno, ínfimo, milimétrico e estúpido detalhe na minha existência, que me faz lembrar que existes.
Desconfio sinceramente, que mesmo que vá para a Lapónia, para o Uganda, para a Sibéria, para o canto mais recôndito e refundido do mundo... lá estará uma coisa insignificante e estúpida que me faça lembrar de ti...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XIII

(...) às vezes era necessário lutar com Deus. Todo o ser humano, nalgum momento, via uma tragédia cruzar a sua vida; podia ser a destruição de uma cidade, a morte de um filho, uma acusação sem provas, uma doença que o deixasse inválido para sempre. Nesse momento, Deus desafiava-o a enfrentá-Lo, e a responder à Sua pergunta: "porque te agarras tanto a uma existência tão curta e tão cheia de sofrimento? Qual o sentido da tua luta?"

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XII

Uma criança pode sempre ensinar três coisas a um adulto: a ficar contente sem motivo, a estar sempre ocupado com alguma coisa, e a saber exigir- com toda a força- aquilo que deseja.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco XI

- Se tem um passado que não o deixa satisfeito, esqueça-o agora. Imagine uma nova história para a sua vida, e acredite nela. Concentre-se apenas nos momentos em que conseguiu o que desejava- e essa força irá ajudá-lo a conseguir o que quer.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Palavras...leva-as o vento!

Hoje, temos banda sonora. Esta música é dedicada a mim hoje. Acreditei em promessas, em palavras, sem serem precisas acções.
Mas as palavras não conseguem sempre mostrar-nos o que vai na alma da outra pessoa e eu gastei as minhas em quem não as merece.
Procurei conforto nas tuas palavras, acreditei nas mentiras que os meus ouvidos ouviam, que o meu coração já sabia mas não queria saber... ou achas que nunca percebi que sou o teu brinquedo a quem julgas que mentes e que acredita em tudo o que dizes? Julgas que nunca percebi que a cada momento, mentias, a mim, a ti mesmo.
Fingi a cada momento que acreditava, porque o meu coração abafou-me a razão, porque queria que fosse verdade.
Jurei mil vezes a mim mesma que nunca mais tomaria como verdadeiras as tuas palavras.
Gastei a minha fé em ti, até que um dia te perguntei se podia acreditar em ti. Mentiste que sim.
Tentei acreditar mais uma vez, querendo do fundo do coração que desta, e só desta vez, fosse verdade... e foi assim... a última vez que permiti que me mentisses.
Para ti, para mim, para o nós que nunca existiu:



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ter Esperança

Este bocadinho de livro de hoje encaixa-se na perfeição. Mais uma vez tive esperança, mais uma vez acreditei e mais uma vez chego à conclusão de que de nada vale ter esperança... Ter esperança é mesmo lutar contra o inevitável e gastar forças em vão.

Mas se não tiver esperança, deixo de ter fé, e quando se perde e fé, perde-se tudo, porque, no fundo, são a fé e a esperança que nos fazem andar, que nos fazem viver.

Às vezes apetece-me perder a esperança, deixar de acreditar... em nada e em ninguém... mas não posso, não consigo...

Espero com esperança porque sem ela desespero.

O Monte Cinco X

- O inevitável acontece sempre. - É preciso disciplina e paciência para ultrapassá-lo.
- E esperança. Quando ela já não existe, não se podem gastar energias lutando com o impossível.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco IX

- Todas as batalhas na vida servem para nos ensinar alguma coisa- inclusive aquelas que perdemos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco VIII

- Mesmo para se entender os anjos. Queremos tanto falar com eles, que não escutamos o que estão a dizer. Não é fácil escutar: nas nossas preces, procuramos sempre dizer onde errámos, e o que gostaríamos que acontecesse connosco. Mas o Senhor já sabe de tudo isso, e às vezes pede-nos para ouvir o que o Universo nos diz. E ter paciência.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O Monte Cinco VII

- É a palavra amor.
(...) esta palavra, (...) está repleta de mistérios. Ninguém pode saber o que ela desperta no coração de uma mulher- nem mesmo os profetas que conversam com Deus.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Música II

A acompanhar o momento de coração partido, fica esta música que adoro e que encaixa perfeitamente em mim hoje.


Saudades

Tenho saudades
Daquele tempo
Em que me seguravas na mão
Em que me abraçavas com força
Em que saía do chão
E o coração voava...
Nem eu sabia onde estava.

O tempo morria
E eu esquecia
E o coração voava.

Tenho saudades
Daquele abraço
Do meu corpo e do teu
Fugindo ao desejo.

E era assim que vivia
Tal não era a alegria
Que o teu beijo me dava.

Tenho saudades
Desse beijo apertado
Tímido, descompassado
Meigo, apaixonado,
Meus lábios enfeitiçando.

E a vida era desejo
Desse maldito beijo
Que me fazia esquecer.

Tenho saudades
Do tudo e nada que foi meu
E as voltas que a gente deu
Que agora tenho nada
Olho e tenho...
Eu

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Monte Cinco VI

... a vida não é feita de desejos, e sim dos actos de cada um.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Monte Cinco V

Aproveita todas as oportunidades da tua vida, porque- quando passam- demoram muito tempo a voltar.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Dizer Adeus

Só para dizer adeus.
Só para te dizer adeus.
Um adeus à minha maneira.
Adeus sem abraços,
Adeus sem lágrimas,
Adeus sem um adeus,
Um até breve, até uma dia.
Adeus,
Apenas adeus.
Adeus sem me despedir,
Adeus sem te dizer que vou partir.
Adeus à minha maneira...
Adeus para não doer mais,
Para não sentir mais o coração a rasgar,
Adeus só para mim.
Adeus.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Monte Cinco IV

Há momentos em que as atribulações surgem nas nossas vidas, e não podemos evitá-las. Mas surgiram por algum motivo.

Só quando as ultrapassamos, entendemos porque estavam ali.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O Monte Cinco III

Os pobres existem sempre, não importa o quanto as cidades sejam ricas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Monte Cinco II

Perguntava-me: porquê? Será que estou condenado a chegar sempre perto, mas a jamais cruzar a linha de chegada? Será que Deus é tão cruel, ao ponto de me fazer ver as palmeiras no horizonte, só para me matar a sede no meio do deserto?

Demorei muito tempo para entender que não era bem isso.

Há coisas que são colocadas nas nossas vidas para nos reconduzir ao verdadeiro caminho da nossa Lenda Pessoal. Outras surgem para que possamos aplicar tudo aquilo que aprendemos. E, finalmente, algumas chegam para nos ensinar.


Posso dizer que este bocadinho me acompanha quase todos os dias, quando a vida não corre bem... Toda a vida, todos os dias, horas e segundos, qualquer coisa que aconteças, boa ou má, são momentos de aprendizagem. Cabe-nos aprender ou não.

O Monte Cinco I



O Monte Cinco, de Paulo Coelho, mais um dos que gostei de ler.

A princípio pareceu-me entediante. Abandonei-o e anos depois, recomecei. E gostei. Não tanto como O Alquimista... mas esse livro anda perdido, com muita pena minha...

Por enquanto deixo aqui bocadinhos deste. Vale a pena ler. Uma história de coragem, fé e persistência.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Estranha Forma de Vida

Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente.

Eu não te acompanho mais
Pára, deixa de bater.
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais.

Se não sabes onde vais
Pára, deixa de bater
Que eu não te acompanho mais.


Escrito por Alfredo Marceneiro, Amália cantava-o, agora todos cantam. É um dos fados mais lindos que conheço e que descreve perfeitamente como me sinto hoje.

Aqui fica também o vídeo. Até faz arrepiar.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Música I

Não são só os livros e o amor que nos marcam. As músicas também. Agora que estão na berra os 30 anos de carreira, não posso deixar de lembrar-me as tardes passadas com o meu primo mais velho a ouvir Xutos & Pontapés e U2. Acho mesmo que foi ele que me pegou o gosto por estas músicas que acompanharam e ainda acompanham gerações, sempre com a mesma energia. Maria, A Minha Casinha e Contentores são músicas da minha infância.
Contentores é aquela especial, que ainda não me cansei de ouvir.
Aqui fica, para recordar.


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Amor é...

Se te amo, é apenas e somente porque gosto daquilo que és, que tens para dar, sem exigir que me dês mais.
Se te amo é porque tu fizeste com que te amasse ao mostrares todas as tuas imperfeições.
Amar é deixar-te livre, é deixar-me livre
Para amar outras coisas, outras pessoas, tudo.
Amar é respeitar, acima de tudo
O que tu és, o que eu sou
Não querer mudar nada, ninguém
Porque amar não é ter perfeição. Amar é aceitar todas as imperfeições...

Contos Para Pensar VII

Quero

Quero que me oiças sem me julgares
Quero que me dês a tua opinião sem me aconselhares
Quero que confies em mim sem me exigires
Quero que me ajudes sem tentares decidir por mim
Quero que cuides de mim sem me anulares
Quero que olhes para mim sem projectares as tuas coisas em mim.
Quero que me abraces sem me asfixiares
Quero que me animes sem me empurrares
Quero que me apoies sem te encarregares de mim.
Quero que me protejas sem mentiras
Quero que te aproximes sem me invadires
Quero que conheças as coisas que mais te desagradam em mim
Que as aceites e não pretendas mudá-las
Quero que saibas... que hoje podes contar comigo...
Sem condições.

Afinal é isto que todos queremos, que todos procuramos. Para mim o amor é isto. Sem estes princípios, será que podemos dizer amo-te?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar VI

É verdade que ninguém pode fazer tudo o que quer, mas qualquer pessoa pode não fazer nunca o que não quer.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar V

Só Por Amor

Caminho pelo meu caminho.
O meu caminho é uma via com um só rasto: o meu.
À minha esquerda, um muro eterno separa o meu caminho do caminho de alguém que transita ao meu lado, do outro lado do muro.
De vez em quando, neste muro encontro um buraco, uma janela, uma fenda... E posso olhar para o caminho do meu vizinho ou vizinha.
Um dia, enquanto caminho, parece-me ver, do outro lado do muro, uma figura que transita ao meu ritmo, na mesma direcção que eu.
Ela também me vê. Olha para mim.
Torno a olhar para ela.
Sorrio-lhe... Ela sorri-me.
Um momento depois, ela segue o seu caminho e eu apresso o passo porque espero ansiosamente outra oportunidade para me cruzar com essa mulher.
Na janela seguinte detenho-me um minuto.
Quando ela chega, olhamos um para o outro através da janela.
Digo-lhe por meio de sinais quanto gosto dela.
Responde-me por meio de sinais. Não sei se significam o mesmo que os meus, mas tenho a intuição de que ela entende o que lhe quero dizer.
Sinto que ficariam muito tempo a olhar para ela e deixando que ela olhe para mim, mas sei que o meu caminho continua...
Digo a mim mesmo que talvez haja mais adiante uma porta. E espero poder transpô-la para me encontrar com ela.
"Em nada há uma certeza maior do que no desejo", por isso esforço-me por encontrar a porta que imagino.
Começo a correr com os olhos cravados no muro.
Um pouco mais adiante, aparece a porta.
Ali está, do outro lado, a minha companheira, agora já amada e desejada. À espera... à minha espera...
Faço-lhe um gesto. Ela devolve-me um beijo pelo ar.
Faz-me um sinal como que a chamar-me. É tudo aquilo de que preciso. Avanço em direcção à porta para me juntar a ela, do seu lado do muro.
A porta é muito estreita. Passo a mão, passo o ombro, encolho um pouco o estômago, retroço-me um pouquinho sobre mim mesmo, quase consigo passar a cabeça... Mas a minha orelha direita fica entalada.
Empurro.
Não há maneira. Não passa.
Não posso usar a mão para retrocê-la, porque não poderia meter ali nem um dedo...
Não há espaço suficiente para passar com a minha orelha, por isso tomo uma decisão... (porque a minha amada está ali, à minha espera).
(Porque é a mulher com a qual sempre sonhei e me está a chamar...)
Tiro uma navalha do meu bolso e, de um só golpe rápido, atrevo-me a dar um corte na orelha, para que a minha cabeça passe pela porta.
E consigo-o: minha cabeça consegue passar.
Mas, depois da minha cabeça, vejo que é o meu ombro que fica entalado.
A porta não tem a forma do meu corpo.
Faço força, mas não há remédio. A minha mão e o meu corpo passaram, mas o meu outro ombro e o meu outro braço não passam...
Já nada importa, por isso...
Retrocedo e, sem pensar nas consequências, tomo impulso e forço a minha passagem pela porta.
Ao fazê-lo, a pancada desarticula o meu ombro e o braço fica pendente, como sem vida. Mas agora, felizmente, numa posição tal que posso atravessar a porta...
Já estou quase do outro lado.
Precisamente quando estou prestes a acabar de passar pela fenda, dou-me conta de que o meu pé direito ficou entalado do outro lado.
Por muito que me esforce e continue a esforçar-me, não consigo passar.
Não há maneira. A porta é demasiado apertada para que o meu corpo passe por ela.
Demasiado apertada: não passam os meus dois pés...
Não tenho dúvidas. Já estou quase ao alcance da minha amada.
Não posso atirar-me para trás... Por isso agarro no machado e, cerrando os dentes, dou o golpe e desprendo a perna.
Ensanguentado, aos saltos, apoiado no machado e com o braço desarticulado, com uma orelha e uma perna a menos, encontro-me com a minha amada.
- Aqui estou. Passei por fim. Olhaste para mim, olhei para ti, enamorei-me. Paguei todos os preços por ti. Vale tudo na guerra e no amor. Não importam os sacrifícios. Valiam a pena se eram para encontrar-me contigo, para podermos seguir juntos... Juntos para sempre...
Ela olhou para mim enquanto o seu rosto ficava crispado num esgar de repulsa.
- Assim não, assim não quero... Eu gostava de ti quando estavas inteiro.



quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tolices do Amor

A propósito deste poema e das tolices que dizemos e fazemos por amor, lembrei-me disto que escrevi há muito tempo. Na altura era mesmo a sério... agora dá pidada, mas saíu do coração. Eu amava mesmo...

Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007
AMO-TE DIFERENTE
Com isto tudo que descobri, descobri também que o que sinto por ti não foi abalado, foi antes fortificado. Estou surpresa comigo própria porque não sinto ódio, não sinto raiva, não sinto mágoa. Só me sinto triste e essa tristeza nem vem de saber que (cortei esta parte) Não interessa. Para mim foi importante porque depois de saber destas coisas percebi que o meu amor por ti foi renovado e parece que ficou ainda mais forte e eu não pensava que seria possível sentir isto perante uma situação destas.
Lamento informar-te mas ainda te amo muito, de uma forma diferente, com muito mais calma, com uma vontade enorme, com uma enorme paciência para esperar o que for preciso.
Esta é a parte em que me apetece gritar que te amo. E às vezes até grito, quando ninguém me ouve. Espero por ti à minha maneira. Se vieres, vens. Se não vieres, paciência…

Contos Para Pensar IV

Dar-se Conta


Levanto-me pela manhã.
Saio de casa.
Há um buraco no passeio.
Não o vejo,
e caio nele.

No dia seguinte
saio da minha casa,
esqueço-me de que há um buraco no passeio,
e torno a cair nele.

Ao terceiro dia
saio da minha casa procurando recordar-me
de que há um buraco no passeio.
No entanto,
não me recordo
e caio nele.

Ao quarto dia
saio da minha casa procurando recordar-me
do buraco no passeio.
Recordo-me e,
apesar disso,
não vejo a cova e caio nela.

Ao quinto dia
saio de minha casa.
Recordo que tenho de ter presente
o buraco no passeio
e caminho a olhar para o chão.
E vejo-o e,
apesar de o ver,
caio nele.

Ao sétimo dia
saio de minha casa.
Vejo o buraco.
Tomo impulso,
salto,
roço com a ponta dos meus pés o rebordo do outro lado,
mas não é suficiente e caio nele.

Ao oitavo dia,
saio de minha casa,
vejo o buraco,
tomo impulso,
salto,
chego ao outro lado!
Sinto-me tão orgulhoso por ter conseguido
que o celebro dando saltos de alegria...
E, ao fazê-lo,
caio outra vez no buraco.

Ao nono dia,
saio de minha casa,
vejo o buraco,
tomo impulso,
salto-o
e sigo o meu caminho.

Ao décimo dia,
hoje precisamente,
dou-me conta
de que é mais cómodo
caminhar...
pelo passeio em frente.


Qualquer semelhança com o amor, é pura coincidência...por mais que se veja o buraco, que se caia, se salte, se passe à volta, ele está lá e caminhar pelo passeio em frente às vezes parece mais difícil do que passar os dias a cair no buraco. E é tão bom aquele buraco, aquele amor que no faz cair, mas a gente cai porque ama e quem ama não se magoa nunca, mesmo que tenha os joelhos esfolados, a cara arranhada, o coração partido em mil bocadinhos.
Não dói nada, não foi nada, já passou.
Não dói, não tem importância, deixa lá, porque quem ama perdoa sempre.
Fica para outro dia...para a próxima, quem sabe...
E a esperança ajuda-nos a levantar. Todos os dias, a toda a hora, sempre! Porque quem ama nunca perde a esperança.
Chego à conclusão que quem ama acaba por desenvolver muito boas qualidades. Uma pena que quem a gente ama nem repare nelas...
Quem ama é paciente, espera, e espera porque acredita que um dia vão arranjar aquele buraco no passeio.
Espera nunca passar para o outro passeio, porque é impensável, porque o amor por aquele passeio com buraco é maior, melhor...

Quando se passa para o passeio em frente, ou se finge que se passa para o passeio em frente, fica-se a ver o buraco, todos os dias. Não o tocamos, podemos nem vê-lo, mas o facto é que continua lá e enquanto continua, nem vale a pena fingir que caminhamos no passeio em frente porque temos o prazer mórbido de voltar a cair no buraco... e cair, cair, cair tantas vezes, que um dia, ao levantarmo-nos reparamos que efectivamente o passeio do lado é melhor... até que esse novo passeio também fica com um buraco, no qual voltamos a cair...

Era tão mais fácil se chegássemos ao décimo dia e não regressássemos ao primeiro dia... mas o amor é mesmo assim... feito de nódoas negras sentimentais, arranhões psicológicos e corações partidos em mil bocadinhos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar III

"Dar-me conta de que, se recebo alguma coisa de fora, se alguma coisa boa me acontece, se vivo situações de prazer e de deleite, é porque as ganhei. Paguei por elas, mereço-as. (Só para alertar os pessimistas e desanimar os poupados, quero esclarecer que os pagamentos são sempre antecipados: o que vivo de bom já o paguei. Não há quotas a prazo!)"

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar II

"Se eu desejar alguma coisa que seja boa para mim, deveria saber que vou pagar um preço por ela (...) Este preço é por vezes elevado e outras vezes muito baixo, mas existe sempre. Porque nada que seja bom é gratuito."

sábado, 3 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar I


Contos Para Pensar de Jorge Bucay foi um livro que me veio para às mãos de uma forma engraçada. Comprei-o para oferecer, a pessoa já tinha e fiquei com ele. É um dos meu livros de eleição. Merecia ser transcrito aqui. Deixo, de momento um bocadinho deste livro.

"O que é, é."

"... saber que o que é, é, implica a aceitação de que os factos, as coisas, as situações são como são.

A realidade não é como me conviria a mim que fosse.

Não é como deveria ser.
Não é como me disseram que ía ser.
Não é como foi.
Não é como será amanhã.
A realidade fora de mim é como é."

"Só posso iniciar o meu caminho desde o meu ponto de partida, e isto é aceitar as coisas como são."

"Eu sou que sou.
Eu não sou quem gostaria de ser.
Não sou o que deveria ser.
Não sou o que a minha mamã gostaria que eu fosse.
Nem sequer sou o que fui."


"Toda a nossa patologia psicológica provém da negação desta tese. Todas as nossas neuroses começam quando procuramos ser quem não somos."

"Tu és quem és.
Tu não és que eu preciso que sejas.
Tu não és quem foste.
Tu não és como a mim me convém.
Tu Não és como eu quero.
Tu és como és.
Aceitar isso é respeitar-te e não pedir que mudes."

Vinte Anos

Vinte anos de leituras...imensos livros lidos, relidos, sublinhados, páginas dobradas e até rasgadas, cantos dobrados, areia da praia entre as folhas... são assim os meus livros. Não vou à biblioteca, não os peço emprestados. Compro-os, oferecem-me, porque um livro é algo tão pessoal, que fica sempre dentro de nós, que nos leva para tantos lugares, que nos faz ficar dentro de nós.

Aqui ficarão todos os bocadinhos de livros que li, o que sublinhei, o que gostei e marcou.
Como
costumo dizer: um livro que não sublinho, não vale a pena ler... ou vale, se for um belo policial, como os que comecei a ler com seis anos: Agatha Christie.

Um dia destes tenho que fazer um inventário dos livros que tenho...quando tiver paciência. Este ano resolvi-me a escrever aqui os bocadinhos de livro. Já tenho este plano há algum tempo,tipo mais de dois anos, mas a falta de tempo e o esquecimento fizeram com que só agora se
iniciasse a partilha. Espero partilhar um bocadinho todos os dias.