sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Música II

A acompanhar o momento de coração partido, fica esta música que adoro e que encaixa perfeitamente em mim hoje.


Saudades

Tenho saudades
Daquele tempo
Em que me seguravas na mão
Em que me abraçavas com força
Em que saía do chão
E o coração voava...
Nem eu sabia onde estava.

O tempo morria
E eu esquecia
E o coração voava.

Tenho saudades
Daquele abraço
Do meu corpo e do teu
Fugindo ao desejo.

E era assim que vivia
Tal não era a alegria
Que o teu beijo me dava.

Tenho saudades
Desse beijo apertado
Tímido, descompassado
Meigo, apaixonado,
Meus lábios enfeitiçando.

E a vida era desejo
Desse maldito beijo
Que me fazia esquecer.

Tenho saudades
Do tudo e nada que foi meu
E as voltas que a gente deu
Que agora tenho nada
Olho e tenho...
Eu

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Monte Cinco VI

... a vida não é feita de desejos, e sim dos actos de cada um.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Monte Cinco V

Aproveita todas as oportunidades da tua vida, porque- quando passam- demoram muito tempo a voltar.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Dizer Adeus

Só para dizer adeus.
Só para te dizer adeus.
Um adeus à minha maneira.
Adeus sem abraços,
Adeus sem lágrimas,
Adeus sem um adeus,
Um até breve, até uma dia.
Adeus,
Apenas adeus.
Adeus sem me despedir,
Adeus sem te dizer que vou partir.
Adeus à minha maneira...
Adeus para não doer mais,
Para não sentir mais o coração a rasgar,
Adeus só para mim.
Adeus.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Monte Cinco IV

Há momentos em que as atribulações surgem nas nossas vidas, e não podemos evitá-las. Mas surgiram por algum motivo.

Só quando as ultrapassamos, entendemos porque estavam ali.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O Monte Cinco III

Os pobres existem sempre, não importa o quanto as cidades sejam ricas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Monte Cinco II

Perguntava-me: porquê? Será que estou condenado a chegar sempre perto, mas a jamais cruzar a linha de chegada? Será que Deus é tão cruel, ao ponto de me fazer ver as palmeiras no horizonte, só para me matar a sede no meio do deserto?

Demorei muito tempo para entender que não era bem isso.

Há coisas que são colocadas nas nossas vidas para nos reconduzir ao verdadeiro caminho da nossa Lenda Pessoal. Outras surgem para que possamos aplicar tudo aquilo que aprendemos. E, finalmente, algumas chegam para nos ensinar.


Posso dizer que este bocadinho me acompanha quase todos os dias, quando a vida não corre bem... Toda a vida, todos os dias, horas e segundos, qualquer coisa que aconteças, boa ou má, são momentos de aprendizagem. Cabe-nos aprender ou não.

O Monte Cinco I



O Monte Cinco, de Paulo Coelho, mais um dos que gostei de ler.

A princípio pareceu-me entediante. Abandonei-o e anos depois, recomecei. E gostei. Não tanto como O Alquimista... mas esse livro anda perdido, com muita pena minha...

Por enquanto deixo aqui bocadinhos deste. Vale a pena ler. Uma história de coragem, fé e persistência.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Estranha Forma de Vida

Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente.

Eu não te acompanho mais
Pára, deixa de bater.
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais.

Se não sabes onde vais
Pára, deixa de bater
Que eu não te acompanho mais.


Escrito por Alfredo Marceneiro, Amália cantava-o, agora todos cantam. É um dos fados mais lindos que conheço e que descreve perfeitamente como me sinto hoje.

Aqui fica também o vídeo. Até faz arrepiar.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Música I

Não são só os livros e o amor que nos marcam. As músicas também. Agora que estão na berra os 30 anos de carreira, não posso deixar de lembrar-me as tardes passadas com o meu primo mais velho a ouvir Xutos & Pontapés e U2. Acho mesmo que foi ele que me pegou o gosto por estas músicas que acompanharam e ainda acompanham gerações, sempre com a mesma energia. Maria, A Minha Casinha e Contentores são músicas da minha infância.
Contentores é aquela especial, que ainda não me cansei de ouvir.
Aqui fica, para recordar.


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Amor é...

Se te amo, é apenas e somente porque gosto daquilo que és, que tens para dar, sem exigir que me dês mais.
Se te amo é porque tu fizeste com que te amasse ao mostrares todas as tuas imperfeições.
Amar é deixar-te livre, é deixar-me livre
Para amar outras coisas, outras pessoas, tudo.
Amar é respeitar, acima de tudo
O que tu és, o que eu sou
Não querer mudar nada, ninguém
Porque amar não é ter perfeição. Amar é aceitar todas as imperfeições...

Contos Para Pensar VII

Quero

Quero que me oiças sem me julgares
Quero que me dês a tua opinião sem me aconselhares
Quero que confies em mim sem me exigires
Quero que me ajudes sem tentares decidir por mim
Quero que cuides de mim sem me anulares
Quero que olhes para mim sem projectares as tuas coisas em mim.
Quero que me abraces sem me asfixiares
Quero que me animes sem me empurrares
Quero que me apoies sem te encarregares de mim.
Quero que me protejas sem mentiras
Quero que te aproximes sem me invadires
Quero que conheças as coisas que mais te desagradam em mim
Que as aceites e não pretendas mudá-las
Quero que saibas... que hoje podes contar comigo...
Sem condições.

Afinal é isto que todos queremos, que todos procuramos. Para mim o amor é isto. Sem estes princípios, será que podemos dizer amo-te?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar VI

É verdade que ninguém pode fazer tudo o que quer, mas qualquer pessoa pode não fazer nunca o que não quer.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar V

Só Por Amor

Caminho pelo meu caminho.
O meu caminho é uma via com um só rasto: o meu.
À minha esquerda, um muro eterno separa o meu caminho do caminho de alguém que transita ao meu lado, do outro lado do muro.
De vez em quando, neste muro encontro um buraco, uma janela, uma fenda... E posso olhar para o caminho do meu vizinho ou vizinha.
Um dia, enquanto caminho, parece-me ver, do outro lado do muro, uma figura que transita ao meu ritmo, na mesma direcção que eu.
Ela também me vê. Olha para mim.
Torno a olhar para ela.
Sorrio-lhe... Ela sorri-me.
Um momento depois, ela segue o seu caminho e eu apresso o passo porque espero ansiosamente outra oportunidade para me cruzar com essa mulher.
Na janela seguinte detenho-me um minuto.
Quando ela chega, olhamos um para o outro através da janela.
Digo-lhe por meio de sinais quanto gosto dela.
Responde-me por meio de sinais. Não sei se significam o mesmo que os meus, mas tenho a intuição de que ela entende o que lhe quero dizer.
Sinto que ficariam muito tempo a olhar para ela e deixando que ela olhe para mim, mas sei que o meu caminho continua...
Digo a mim mesmo que talvez haja mais adiante uma porta. E espero poder transpô-la para me encontrar com ela.
"Em nada há uma certeza maior do que no desejo", por isso esforço-me por encontrar a porta que imagino.
Começo a correr com os olhos cravados no muro.
Um pouco mais adiante, aparece a porta.
Ali está, do outro lado, a minha companheira, agora já amada e desejada. À espera... à minha espera...
Faço-lhe um gesto. Ela devolve-me um beijo pelo ar.
Faz-me um sinal como que a chamar-me. É tudo aquilo de que preciso. Avanço em direcção à porta para me juntar a ela, do seu lado do muro.
A porta é muito estreita. Passo a mão, passo o ombro, encolho um pouco o estômago, retroço-me um pouquinho sobre mim mesmo, quase consigo passar a cabeça... Mas a minha orelha direita fica entalada.
Empurro.
Não há maneira. Não passa.
Não posso usar a mão para retrocê-la, porque não poderia meter ali nem um dedo...
Não há espaço suficiente para passar com a minha orelha, por isso tomo uma decisão... (porque a minha amada está ali, à minha espera).
(Porque é a mulher com a qual sempre sonhei e me está a chamar...)
Tiro uma navalha do meu bolso e, de um só golpe rápido, atrevo-me a dar um corte na orelha, para que a minha cabeça passe pela porta.
E consigo-o: minha cabeça consegue passar.
Mas, depois da minha cabeça, vejo que é o meu ombro que fica entalado.
A porta não tem a forma do meu corpo.
Faço força, mas não há remédio. A minha mão e o meu corpo passaram, mas o meu outro ombro e o meu outro braço não passam...
Já nada importa, por isso...
Retrocedo e, sem pensar nas consequências, tomo impulso e forço a minha passagem pela porta.
Ao fazê-lo, a pancada desarticula o meu ombro e o braço fica pendente, como sem vida. Mas agora, felizmente, numa posição tal que posso atravessar a porta...
Já estou quase do outro lado.
Precisamente quando estou prestes a acabar de passar pela fenda, dou-me conta de que o meu pé direito ficou entalado do outro lado.
Por muito que me esforce e continue a esforçar-me, não consigo passar.
Não há maneira. A porta é demasiado apertada para que o meu corpo passe por ela.
Demasiado apertada: não passam os meus dois pés...
Não tenho dúvidas. Já estou quase ao alcance da minha amada.
Não posso atirar-me para trás... Por isso agarro no machado e, cerrando os dentes, dou o golpe e desprendo a perna.
Ensanguentado, aos saltos, apoiado no machado e com o braço desarticulado, com uma orelha e uma perna a menos, encontro-me com a minha amada.
- Aqui estou. Passei por fim. Olhaste para mim, olhei para ti, enamorei-me. Paguei todos os preços por ti. Vale tudo na guerra e no amor. Não importam os sacrifícios. Valiam a pena se eram para encontrar-me contigo, para podermos seguir juntos... Juntos para sempre...
Ela olhou para mim enquanto o seu rosto ficava crispado num esgar de repulsa.
- Assim não, assim não quero... Eu gostava de ti quando estavas inteiro.



quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tolices do Amor

A propósito deste poema e das tolices que dizemos e fazemos por amor, lembrei-me disto que escrevi há muito tempo. Na altura era mesmo a sério... agora dá pidada, mas saíu do coração. Eu amava mesmo...

Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007
AMO-TE DIFERENTE
Com isto tudo que descobri, descobri também que o que sinto por ti não foi abalado, foi antes fortificado. Estou surpresa comigo própria porque não sinto ódio, não sinto raiva, não sinto mágoa. Só me sinto triste e essa tristeza nem vem de saber que (cortei esta parte) Não interessa. Para mim foi importante porque depois de saber destas coisas percebi que o meu amor por ti foi renovado e parece que ficou ainda mais forte e eu não pensava que seria possível sentir isto perante uma situação destas.
Lamento informar-te mas ainda te amo muito, de uma forma diferente, com muito mais calma, com uma vontade enorme, com uma enorme paciência para esperar o que for preciso.
Esta é a parte em que me apetece gritar que te amo. E às vezes até grito, quando ninguém me ouve. Espero por ti à minha maneira. Se vieres, vens. Se não vieres, paciência…

Contos Para Pensar IV

Dar-se Conta


Levanto-me pela manhã.
Saio de casa.
Há um buraco no passeio.
Não o vejo,
e caio nele.

No dia seguinte
saio da minha casa,
esqueço-me de que há um buraco no passeio,
e torno a cair nele.

Ao terceiro dia
saio da minha casa procurando recordar-me
de que há um buraco no passeio.
No entanto,
não me recordo
e caio nele.

Ao quarto dia
saio da minha casa procurando recordar-me
do buraco no passeio.
Recordo-me e,
apesar disso,
não vejo a cova e caio nela.

Ao quinto dia
saio de minha casa.
Recordo que tenho de ter presente
o buraco no passeio
e caminho a olhar para o chão.
E vejo-o e,
apesar de o ver,
caio nele.

Ao sétimo dia
saio de minha casa.
Vejo o buraco.
Tomo impulso,
salto,
roço com a ponta dos meus pés o rebordo do outro lado,
mas não é suficiente e caio nele.

Ao oitavo dia,
saio de minha casa,
vejo o buraco,
tomo impulso,
salto,
chego ao outro lado!
Sinto-me tão orgulhoso por ter conseguido
que o celebro dando saltos de alegria...
E, ao fazê-lo,
caio outra vez no buraco.

Ao nono dia,
saio de minha casa,
vejo o buraco,
tomo impulso,
salto-o
e sigo o meu caminho.

Ao décimo dia,
hoje precisamente,
dou-me conta
de que é mais cómodo
caminhar...
pelo passeio em frente.


Qualquer semelhança com o amor, é pura coincidência...por mais que se veja o buraco, que se caia, se salte, se passe à volta, ele está lá e caminhar pelo passeio em frente às vezes parece mais difícil do que passar os dias a cair no buraco. E é tão bom aquele buraco, aquele amor que no faz cair, mas a gente cai porque ama e quem ama não se magoa nunca, mesmo que tenha os joelhos esfolados, a cara arranhada, o coração partido em mil bocadinhos.
Não dói nada, não foi nada, já passou.
Não dói, não tem importância, deixa lá, porque quem ama perdoa sempre.
Fica para outro dia...para a próxima, quem sabe...
E a esperança ajuda-nos a levantar. Todos os dias, a toda a hora, sempre! Porque quem ama nunca perde a esperança.
Chego à conclusão que quem ama acaba por desenvolver muito boas qualidades. Uma pena que quem a gente ama nem repare nelas...
Quem ama é paciente, espera, e espera porque acredita que um dia vão arranjar aquele buraco no passeio.
Espera nunca passar para o outro passeio, porque é impensável, porque o amor por aquele passeio com buraco é maior, melhor...

Quando se passa para o passeio em frente, ou se finge que se passa para o passeio em frente, fica-se a ver o buraco, todos os dias. Não o tocamos, podemos nem vê-lo, mas o facto é que continua lá e enquanto continua, nem vale a pena fingir que caminhamos no passeio em frente porque temos o prazer mórbido de voltar a cair no buraco... e cair, cair, cair tantas vezes, que um dia, ao levantarmo-nos reparamos que efectivamente o passeio do lado é melhor... até que esse novo passeio também fica com um buraco, no qual voltamos a cair...

Era tão mais fácil se chegássemos ao décimo dia e não regressássemos ao primeiro dia... mas o amor é mesmo assim... feito de nódoas negras sentimentais, arranhões psicológicos e corações partidos em mil bocadinhos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar III

"Dar-me conta de que, se recebo alguma coisa de fora, se alguma coisa boa me acontece, se vivo situações de prazer e de deleite, é porque as ganhei. Paguei por elas, mereço-as. (Só para alertar os pessimistas e desanimar os poupados, quero esclarecer que os pagamentos são sempre antecipados: o que vivo de bom já o paguei. Não há quotas a prazo!)"

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar II

"Se eu desejar alguma coisa que seja boa para mim, deveria saber que vou pagar um preço por ela (...) Este preço é por vezes elevado e outras vezes muito baixo, mas existe sempre. Porque nada que seja bom é gratuito."

sábado, 3 de janeiro de 2009

Contos Para Pensar I


Contos Para Pensar de Jorge Bucay foi um livro que me veio para às mãos de uma forma engraçada. Comprei-o para oferecer, a pessoa já tinha e fiquei com ele. É um dos meu livros de eleição. Merecia ser transcrito aqui. Deixo, de momento um bocadinho deste livro.

"O que é, é."

"... saber que o que é, é, implica a aceitação de que os factos, as coisas, as situações são como são.

A realidade não é como me conviria a mim que fosse.

Não é como deveria ser.
Não é como me disseram que ía ser.
Não é como foi.
Não é como será amanhã.
A realidade fora de mim é como é."

"Só posso iniciar o meu caminho desde o meu ponto de partida, e isto é aceitar as coisas como são."

"Eu sou que sou.
Eu não sou quem gostaria de ser.
Não sou o que deveria ser.
Não sou o que a minha mamã gostaria que eu fosse.
Nem sequer sou o que fui."


"Toda a nossa patologia psicológica provém da negação desta tese. Todas as nossas neuroses começam quando procuramos ser quem não somos."

"Tu és quem és.
Tu não és que eu preciso que sejas.
Tu não és quem foste.
Tu não és como a mim me convém.
Tu Não és como eu quero.
Tu és como és.
Aceitar isso é respeitar-te e não pedir que mudes."

Vinte Anos

Vinte anos de leituras...imensos livros lidos, relidos, sublinhados, páginas dobradas e até rasgadas, cantos dobrados, areia da praia entre as folhas... são assim os meus livros. Não vou à biblioteca, não os peço emprestados. Compro-os, oferecem-me, porque um livro é algo tão pessoal, que fica sempre dentro de nós, que nos leva para tantos lugares, que nos faz ficar dentro de nós.

Aqui ficarão todos os bocadinhos de livros que li, o que sublinhei, o que gostei e marcou.
Como
costumo dizer: um livro que não sublinho, não vale a pena ler... ou vale, se for um belo policial, como os que comecei a ler com seis anos: Agatha Christie.

Um dia destes tenho que fazer um inventário dos livros que tenho...quando tiver paciência. Este ano resolvi-me a escrever aqui os bocadinhos de livro. Já tenho este plano há algum tempo,tipo mais de dois anos, mas a falta de tempo e o esquecimento fizeram com que só agora se
iniciasse a partilha. Espero partilhar um bocadinho todos os dias.